
Nessa terça-feira (26), a Câmara de Vereadores de São Gonçalo do Amarante/RN, realizou audiência pública visando ao enfretamento à intolerância religiosa e a promoção da igualdade racial. Solicitação feita pela presidente do Conselho Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (C0NSEPPIR), Juliane Ribeiro, e encaminhada pelo presidente Raimundo Mendes Alves.
O fato acontecido no município em relação ao caso de intolerância religiosa, por parte do Poder Executivo, segundo a presidente, fez com que o Conselho viesse fomentar essa política dentro do município. Audiências públicas com esse mesmo fim já foram realizadas em Parnamirim, Apodi, Afonso Bezerra e São Tomé.
Educação e criação de um órgão de políticas de promoção de igualdade racial na cidade são-gonçalense são importantes para defesa desses povos. O Conselho tem representatividade dos povos tradicionais de matriz africana, quilombolas, indígenas, e de movimento negro.
Ana Valcácio, a Parteira, disse: “Falando sobre cultura, eu tenho recebido os meus atravessamentos porque sou ressuscitadora, sou parteira tradicional. Eu sou juremeira. Ser filha de Xangô e Iansã não tem me atrapalhado. Sirvo a qualquer um independentemente da religião e da raça”, disse.
Pai Delino, como membro do Conselho Municipal de Cultura de São Gonçalo, que esteve com Paulinho Emídio na companhia de outros colegas, entre esses, pai Ailton, presidente Nacional da Cultura Afro Brasileira, declarou que tem travado uma luta árdua para legalizar os terreiros. Apesar do encontro com o prefeito, reclamou de sua ausência na audiência.
O aprendiz de feiticeiro, educador e artistas, Gláucio PeduBreu, criticou o prefeito pelo uso de palavras depreciativas e mal colocadas para reclamar do andamento das obras. Ele chamou atenção para que o dito não seja naturalizado culturalmente. Infelizmente, muitas pessoas fazem isso por ouvir dizer.
Ainda com a palavra, Gláucio, também integrante do Conselho Nacional de Cultura, fez a proposta das propostas: Efetivar a lei 10.639 e a 11.645 visando à educação da diversidade, do ensino fundamental até o ensino médio. Para isso seria instituído um Plano de Educação. Plano metodológico com formação continuada.
O islamismo foi representado por Rafael Lopes. Mostrou-se solidários aos colegas da religião alvo do encontro. Disse que a sua sofre também intolerância com o agravante da xenofobia, isto, rejeição. Lamentou, como assim fez a maioria dos participantes, a ausência dos 16 vereadores, de secretários e do prefeito. A jornalista Célia, acusou os parlamentares de sempre boicotarem os encontros.
O secretário de Cultura, Flávio Henrique, foi o último a usar a tribuna. Fez do seu discurso uma minuta de prestação de contas. Pontuou a parceria com os representantes das salas de terreiros. Pai Delino, por exemplo, é representante do segmento com assento na Secretaria de Cultura. Destacou que a regulamentação do Fórum Municipal de Cultura por essa gestão foi a chave para abrir essa porta.
Ladeado pelo vice-prefeito Eraldo Paiva e por Juliane, que é negra, de matriz africana, encerrou a audiência. Mendes propôs elaborar uma ata dos encaminhamentos. Pediu que todos fizessem sugestões por escrito para serem incluídas no documento. Agradeceu aos presentes e finalizou a reunião com o Hino Municipal.
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