Embate entre desembargador e juiz remete à divisão no
Supremo
Por Edson Sardinha. congressoemfoco
A polarização política expressa nas urnas, nas ruas e nas
redes sociais chegou de vez ao Judiciário. O vaivém judicial em torno da
soltura ou não do ex-presidente Lula, que durou cerca de 10 horas nesse domingo
(8), pôs em xeque a isenção do juiz Sérgio Moro e de seu novo antagonista, o
desembargador Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Os
dois tiveram sua atuação questionada por especialistas e podem ter complicações
no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que analisa a conduta dos
magistrados.
Em comum, a crítica de que extrapolaram suas competências e
agiram de acordo com interesses políticos. Desde que centrou fogo em figuras
importantes do Partido dos Trabalhadores, como o ex-ministro José Dirceu, o
ex-tesoureiro João Vaccari Neto e, principalmente, o ex-presidente Lula, Moro é
tratado por petistas como inimigo, um magistrado a serviço do PSDB, cujo maior
intuito é tirar o ex-presidente da disputa presidencial.
Essa crítica foi reforçada pelo PT nesse domingo, quando o
juiz federal interrompeu suas férias, em Portugal, para se insurgir contra a
decisão de Favreto de libertar Lula. Moro contestou a decisão do desembargador,
que está acima dele na estrutura hierárquica do Judiciário, e acionou o também
desembargador João Pedro Gebran Neto, relator do processo que resultou na
prisão de Lula, contra a ordem de soltura do ex-presidente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário